(1798) BEETHOVEN Sonata n. 8 "Patética"

Grande sonate pathétique

Compositor: Ludwig van Beethoven
Número de catálogo: Opus 13
Data da composição: 1798
Estréia: [provavelmente em Viena, em audição privada]

Duração: cerca de 19 minutos
Efetivo: piano

A chamada Patética é a primeira Sonata de Beethoven com tintas mais dramáticas, abrindo um novo caminho na obra do compositor — caminho este que só viria se concretizar em sua música sinfônica mais tardiamente, no Concerto n. 3 para piano, de 1800, e na Sinfonia Heróica, de 1804. Esse atraso é sempre perceptível pois Beethoven podia ser mais ousado na criação da música para piano solo, direcionadas a audições privadas e mais vinculadas ao seu carisma como virtuoso, e mais condescendente com um gosto conservador nas obras a serem exibidas com orquestra para o grande público nos teatros.

São 3 movimentos:

I. Grave — Allegro di molto e con brio
(Muito lentamente — Rápido com ênfase e com brio) — cerca de 9 minutos
A abertura, com fortes acordes, cheios de solenidade dramática, já marca um divisor de águas entre o Classicismo, que ia ficando para trás, e o Romantismo que iria florescer na próxima década. Devemos pensar no choque de um ouvinte da época, acostumado à elegância e cortesia das Sonatas de Haydn e Mozart, e mantidas nas primeiras obras de Beethoven... De repente são tomados de assalto por um discurso vigoroso, enfático. E mesmo a relação do solista com o instrumento, a ferocidade com que se deve atacar o teclado, a rapidez viril exigida. O páthos — que dá título à obra — é a grande e eloquente novidade, anunciando o fim de uma era.

II. Adagio cantabile (Com calma e contável) — cerca de 6 minutos
Um momento de grande delicadeza, muito sutil e suave. Uma melodia simples e evocativa, algo melancólica. Mantém a atmosfera dramática criada no movimento anterior, embora em tensão contrária.

III. Rondò: Allegro (Cíclico: Rápido) — cerca de 5 minutos
Um finale retumbante, no qual a indelével impressão digital de Beethoven está presente. A imensa eloquência desse movimento — e da Sonata como um todo — trouxeram evidência ao nome do compositor, atraindo justamente pela força dramática da música. A partitura, editada em 1799, foi bem aceita pelo público consumidor de música, ainda que os músicos mais tradicionais vissem excentricidade em excesso. A Patética, no âmbito das Sonatas, inaugura a verve que irá caracterizar a obra desse compositor fundamental, uma música que capta e conquista o ouvinte de maneira avassaladora.

© RAFAEL FONSECA

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